terça-feira, 9 de janeiro de 2024

INSTRUÇÃO GERAL SOBRE O MISSAL ROMANO

 

ARQUIDIOCESE DE FORTALEZA

COMISSÃO ARQUIDIOCESANA DE LITURGIA

RESTAURADO POR DECRETO DO CONCÍLIO ECUMÊNICO VATICANO II,

PROMULGADO PELA AUTORIDADE DE PAULO VI

INSTRUÇÃO GERAL SOBRE O MISSAL ROMANO

MATERIAL PARA ESTUDO (2018)

Orientador: Pe. Francisco Ivan de Souza


PROÊMIO

1. Quando Cristo Senhor estava para celebrar com os discípulos a ceia pascal, na qual instituiu o sacrifício do seu Corpo e Sangue, mandou preparar uma grande sala mobilada (Lc 22, 12). A Igreja sempre se sentiu comprometida por este mandato e por isso foi estabelecendo normas para a celebração da santíssima Eucaristia, no que se refere às disposições da alma, aos lugares, aos ritos, aos textos. As normas recentemente promulgadas por vontade expressa do Concílio Vaticano II e o novo Missal que, de futuro, vai ser usado no rito romano para a celebração da Missa, constituem mais uma prova da solicitude da Igreja, da sua fé e do seu amor inquebrantável para com o sublime mistério eucarístico, da sua tradição contínua e coerente, apesar de certas inovações que foram introduzidas.

 

CAPITULO II: ESTRUTURA DA MISSA, SEUS ELEMENTOS E SUAS PARTES

 

I. ESTRUTURA GERAL DA MISSA

27. Na Missa ou Ceia do Senhor, o povo de Deus é convocado e reunido, sob a presidência do sacerdote que atua na pessoa de Cristo, para celebrar o memorial do Senhor ou sacrifício eucarístico. A esta assembleia local da santa Igreja se aplica eminentemente a promessa de Cristo: “Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, Eu estou no meio deles” (Mt 18, 20). Com efeito, na celebração da Missa, em que se perpetua o sacrifício da cruz, Cristo está realmente presente: na própria assembleia congregada em seu nome, na pessoa do ministro, na sua palavra e, ainda de uma forma substancial e permanente, sob as espécies eucarísticas.

 

28. A Missa consta, por assim dizer, de duas partes, a saber, a liturgia da palavra e a liturgia eucarística, tão intimamente unidas entre si, que constituem um só ato de culto40. De fato, na Missa se prepara tanto a mesa da Palavra de Deus como a do Corpo de Cristo, para ensinar e alimentar os fiéis41. Há também alguns ritos que abrem e encerram a celebração.

 

Outras fórmulas que ocorrem na celebração

 

34. Sendo a celebração da Missa, por sua natureza, de índole “comunitária”45, assumem grande importância os diálogos entre o sacerdote e os fiéis reunidos, bem como as aclamações46, pois não constituem apenas sinais externos da celebração comum, mas promovem e realizam a comunhão entre o sacerdote e o povo.

 

35. As aclamações e respostas dos fiéis às orações e saudações do sacerdote constituem o grau de participação ativa que os fiéis congregados, em qualquer forma de Missa, devem realizar, para que se promova e exprima claramente a ação de toda a comunidade47.

36. Outras partes, muito úteis para manifestar e fomentar a participação ativa dos fiéis e que competem a toda a assembleia convocada, são principalmente o ato penitencial, a profissão de fé, a oração universal e a oração do Senhor.

 

37. Por fim, dentre as outras fórmulas:

 

a) algumas constituem um rito ou ato independente, como o hino do Glória, o salmo responsorial, o Aleluia e o versículo antes do Evangelho, o Sanctus, a aclamação da anamnese e o canto depois da Comunhão;

 

b) algumas, porém, acompanham um rito, tais como o canto da entrada, das oferendas, da fração (Agnus Dei) e da Comunhão.

 

Maneiras de proferir os diversos textos

 

38. Nos textos que o sacerdote, o diácono, o leitor ou toda a assembleia devem proferir em voz alta e distinta, a voz corresponda ao gênero do próprio texto, conforme se trate de leitura, oração, exortação, aclamação ou canto; como também à forma de celebração e à solenidade da assembleia. Além disso, levem-se em conta a índole das diversas línguas e o gênio dos povos.

 

Nas rubricas, portanto, e nas normas que se seguem, as palavras “dizer” ou “proferir” devem aplicar-se tanto ao canto como à recitação, observados os princípios acima propostos.

 

Importância do canto

 

39. O Apóstolo aconselha os fiéis, que se reúnem em assembleia para aguardar a vinda do Senhor, a cantarem juntos salmos, hinos e cânticos espirituais (cf. Cl 3, 16), pois o canto constitui um sinal de alegria do coração (cf. At 2, 46). Por isso, dizia com razão Santo Agostinho: “Cantar é próprio de quem ama”48, e há um provérbio antigo que afirma: “Quem canta bem, reza duas vezes”.

 

40. Portanto, dê-se grande valor ao uso do canto na celebração da Missa, tendo em vista a índole dos povos e as possibilidades de cada assembleia litúrgica. Ainda que não seja necessário cantar sempre todos os textos de per si destinados ao canto, por exemplo nas Missas dos dias de semana, deve-se zelar para que não falte o canto dos ministros e do povo nas celebrações dos domingos e festas de preceito.

 

Na escolha das partes que de fato são cantadas, deve-se dar preferência às mais importantes e sobretudo àquelas que o sacerdote, o diácono, o leitor cantam com respostas do povo; ou então àquelas que o sacerdote e o povo devem proferir simultaneamente (49).

 

O silêncio

 

45. Oportunamente, como parte da celebração deve-se observar o silêncio sagrado (54). A sua natureza depende do momento em que ocorre em cada celebração. Assim, no ato penitencial e após o convite à oração, cada fiel se recolhe; após uma leitura ou a homilia, meditam brevemente o que ouviram; após a comunhão, enfim, louvam e rezam a Deus no íntimo do coração.

 

Convém que já antes da própria celebração se conserve o silêncio na igreja, na sacristia, na secretaria e mesmo nos lugares mais próximos, para que todos se disponham devota e devidamente para realizarem os sagrados mistérios.

 

III. AS PARTES DA MISSA

 

A) RITOS INICIAIS

 

47. Reunido o povo, enquanto o sacerdote entra com o diácono e os ministros, começa o canto da entrada. A finalidade desse canto é abrir a celebração, promover a união da assembleia, introduzir no mistério do tempo litúrgico ou da festa, e acompanhar a procissão do sacerdote e dos ministros.

 

48. O canto é executado alternadamente pelo grupo de cantores e pelo povo, ou pelo cantor e pelo povo, ou só pelo grupo de cantores. Pode-se usar a antífona com seu salmo, do Gradual romano ou do Gradual simples, ou então outro canto condizente com a ação sagrada55 e com a índole do dia ou do tempo, cujo texto tenha sido aprovado pela Conferência dos Bispos.

 

Ato penitencial

 

51. Em seguida, o sacerdote convida para o ato penitencial, que após breve pausa de silêncio, é realizado por toda a assembleia através de uma fórmula de confissão geral, e concluído pela absolvição do sacerdote, absolvição que, contudo, não possui a eficácia do sacramento da penitência.

Aos domingos, particularmente, no tempo pascal, em lugar do ato penitencial de costume, pode-se fazer, por vezes, a bênção e aspersão da água em recordação do batismo56.

 

Senhor, tende piedade

 

52. Depois do ato penitencial inicia-se sempre o Senhor, tende piedade, a não ser que já tenha sido rezado no próprio ato penitencial. Tratando-se de um canto em que os fiéis aclamam o Senhor e imploram a sua misericórdia, é executado normalmente por todos, tomando parte nele o povo e o grupo de cantores ou o cantor.

 

Via de regra, cada aclamação é repetida duas vezes, não se excluindo, porém, um número maior de repetições por causa da índole das diversas línguas, da música ou das circunstâncias. Quando o Senhor é cantado como parte do ato penitencial, antepõe-se a cada aclamação uma “invocação” (“tropo”).

 

Glória a Deus nas alturas

 

53. O Glória, é um hino antiquíssimo e venerável, pelo qual a Igreja, congregada no Espírito Santo, glorifica e suplica a Deus Pai e ao Cordeiro. O texto deste hino não pode ser substituído por outro. Entoado pelo sacerdote ou, se for o caso, pelo cantor ou o grupo de cantores, é cantado por toda a assembleia, ou pelo povo que o alterna com o grupo de cantores ou pelo próprio grupo de cantores. Se não for cantado, deve ser recitado por todos juntos ou por dois coros dialogando entre si.

 

É cantado ou recitado aos domingos, exceto no tempo do Advento e da Quaresma, nas solenidades e festas e ainda em celebrações especiais mais solenes.

 

LITURGIA DA PALAVRA

 

55. A parte principal da liturgia da palavra é constituída pelas leituras da Sagrada Escritura e pelos cantos que ocorrem entre elas, sendo desenvolvida e concluída pela homilia, a profissão de fé e a oração universal ou dos fiéis. Pois nas leituras explanadas pela homilia Deus fala ao seu povo58, revela o mistério da redenção e da salvação, e oferece alimento espiritual; e o próprio Cristo, por sua palavra, se acha presente no meio dos fiéis59. Pelo silêncio e pelos cantos o povo se apropria dessa palavra de Deus e a ela adere pela profissão de fé; alimentado por essa palavra, reza na oração universal pelas necessidades de toda a Igreja e pela salvação do mundo inteiro.

 

O silêncio

 

56. A liturgia da palavra deve ser celebrada de tal modo que favoreça a meditação; por isso deve ser de todo evitada qualquer pressa que impeça o recolhimento. Integram-na também breves momentos de silêncio, de acordo com a assembleia reunida, pelos quais, sob a ação do Espírito Santo, se acolhe no coração a Palavra de Deus e se prepara a resposta pela oração. Convém que tais momentos de silêncio sejam observados, por exemplo, antes de se iniciar a própria liturgia da palavra, após a primeira e a segunda leitura, como também após o término da homilia60.

 

Leituras bíblicas

 

57. Mediante as leituras é preparada para os fiéis a mesa da palavra de Deus e abrem-se para eles os tesouros da Bíblia61. Por isso, é melhor conservar a disposição das leituras bíblicas pela qual se manifesta a unidade dos dois Testamentos e da história da salvação; nem é permitido trocar as leituras e o salmo responsorial, constituídos da palavra de Deus, por outros textos não bíblicos62.

 

58. Na celebração da Missa com povo, as leituras são sempre proferidas do ambão.

59. Por tradição, o ofício de proferir as leituras não é função presidencial, mas ministerial. As leituras sejam, pois, proclamadas pelo leitor, o Evangelho seja anunciado pelo diácono ou, na sua ausência, por outro sacerdote. Na falta, porém, do diácono ou de outro sacerdote, o próprio sacerdote celebrante leia o Evangelho; igualmente, na falta de outro leitor idôneo, o sacerdote celebrante proferirá também as demais leituras.

 

Depois de cada leitura, quem a leu profere a aclamação; por sua resposta, o povo reunido presta honra à palavra de Deus, acolhida com fé e de ânimo agradecido.

 

60. A leitura do Evangelho constitui o ponto alto da liturgia da palavra. A própria Liturgia ensina que se lhe deve manifestar a maior veneração, uma vez que a cerca mais do que as outras, de honra especial, tanto por parte do ministro delegado para anunciá-la, que se prepara pela bênção ou oração; como por parte dos fiéis que pelas aclamações reconhecem e professam que o Cristo está presente e lhes fala, e que ouvem de pé a leitura; ou ainda pelos sinais de veneração prestados ao Evangeliário.

 

Salmo responsorial

 

61. À primeira leitura segue-se o salmo responsorial, que é parte integrante da liturgia da palavra, oferecendo uma grande importância litúrgica e pastoral, por favorecer a meditação da palavra de Deus.

 

O Salmo responsorial deve responder a cada leitura e normalmente será tomado do lecionário.

 

De preferência, o salmo responsorial será cantado, ao menos no que se refere ao refrão do povo. Assim, o salmista ou cantor do salmo, do ambão ou outro lugar adequado profere os versículos do salmo, enquanto toda a assembleia escuta sentada, geralmente participando pelo refrão, a não ser que o salmo seja proferido de modo contínuo, isto é, sem refrão. Mas, para que o povo possa mais facilmente recitar o refrão salmódico, foram escolhidos alguns textos de refrãos e de salmos para os diversos tempos do ano e as várias categorias de Santos, que poderão ser empregados em lugar do texto correspondente à leitura, sempre que o salmo é cantado. Se o salmo não puder ser cantado, seja recitado do modo mais apto para favorecer a meditação da palavra de Deus.

 

Em lugar do salmo proposto no lecionário pode-se cantar também um responsório gradual do Gradual romano ou um salmo responsorial ou aleluiático do Gradual Simples, como se encontram nesses livros.

 

Aclamação antes da proclamação do Evangelho

 

62. Após a leitura que antecede imediatamente o Evangelho, canta-se o Aleluia ou outro canto estabelecido pelas rubricas, conforme exigir o tempo litúrgico. Tal aclamação constitui um rito ou ação por si mesma, através do qual a assembleia dos fiéis acolhe o Senhor que lhe vai falar no Evangelho, saúda-o e professa sua fé pelo canto. É cantado por todos, de pé, primeiramente pelo grupo de cantores ou cantor, sendo repetido, se for o caso; o versículo, porém, é cantado pelo grupo de cantores ou cantor.

 

63. O Aleluia é cantado em todo, exceto na Quaresma. O versículo é tomado do lecionário ou do Gradual.

No tempo da Quaresma, no lugar do Aleluia, canta-se o versículo antes do Evangelho proposto no lecionário. Pode-se cantar também um segundo salmo ou trato, como se encontra no Gradual.

64. A sequência que, exceto nos dias da Páscoa e de Pentecostes, é facultativa, é cantada antes do Aleluia.

 

Profissão de fé

 

Quando cantado, é entoado pelo sacerdote ou, se for oportuno, pelo cantor ou pelo grupo de cantores; é cantado por todo o povo junto, ou pelo povo alternando com o grupo de cantores.

Se não for cantado, será recitado por todos juntos, ou por dois coros alternando entre si.

 

Preparação dos dons

 

74. O canto do ofertório acompanha a procissão das oferendas (cf. n. 37, b) e se prolonga pelo menos até que os dons tenham sido colocados sobre o altar. As normas relativas ao modo de cantar são as mesmas que para o canto da entrada (cf. n. 48). O canto pode sempre fazer parte dos ritos das oferendas, mesmo sem a procissão dos dons.

 

Oração eucarística

 

79. Podem distinguir-se do seguinte modo os principais elementos que compõem a Oração eucarística:

 

a) Ação de graças (expressa principalmente no Prefácio) em que o sacerdote, em nome de todo o povo santo, glorifica a Deus e lhe rende graças por toda a obra da salvação ou por um dos seus aspectos, de acordo com o dia, a festividade ou o tempo.

 

b) A aclamação pela qual toda a assembleia, unindo-se aos espíritos celestes canta o Santo. Esta aclamação, parte da própria Oração eucarística, é proferida por todo o povo com o sacerdote.

 

h) A doxologia final que exprime a glorificação de Deus, e é confirmada e concluída pela aclamação Amém do povo.

 

Ritos da Comunhão

 

80. Sendo a celebração eucarística a ceia pascal, convém que, segundo a ordem do Senhor, o seu Corpo e Sangue sejam recebidos como alimento espiritual pelos fiéis devidamente preparados. Esta é a finalidade da fração do pão e os outros ritos preparatórios, pelos quais os fiéis são imediatamente encaminhados à Comunhão.

 

Rito da paz

 

82. Segue-se o rito da paz no qual a Igreja implora a paz e a unidade para si mesma e para toda a família humana e os fiéis se exprimem a comunhão eclesial e a mútua caridade, antes de comungar do Sacramento.

 

Quanto ao próprio sinal de transmissão da paz, seja estabelecido pelas Conferências dos Bispos, de acordo com a índole e os costumes dos povos, o modo de realizá-lo*.

 

Convém, no entanto, que cada qual expresse a paz de maneira sóbria apenas aos que lhe estão mais próximos.

 

Comunhão

 

86. Enquanto o sacerdote recebe o Sacramento, entoa-se o canto da comunhão que exprime, pela unidade das vozes, a união espiritual dos comungantes, demonstra a alegria dos corações e realça mais a índole “comunitária” da procissão para receber a Eucaristia. O canto prolonga-se enquanto se ministra a Comunhão aos fiéis74. Havendo, porém, um hino após a Comunhão, encerre-se em tempo o canto da Comunhão.

Haja o cuidado para que também os cantores possam comungar com facilidade.

 

87. Para o canto da comunhão pode-se tomar a antífona do Gradual romano, com ou sem o salmo, a antífona com o salmo do Gradual Simples ou outro canto adequado, aprovado pela Conferência dos Bispos. O canto é executado só pelo grupo dos cantores ou pelo grupo dos cantores ou cantor com o povo.

 

Não havendo canto, a antífona proposta no Missal pode ser recitada pelos fiéis, por alguns dentre eles ou pelo leitor, ou então pelo próprio sacerdote, depois de ter comungado, antes de distribuir a Comunhão aos fiéis.

 

88. Terminada a distribuição da Comunhão, ser for oportuno, o sacerdote e os fiéis oram por algum tempo em silêncio. Se desejar, toda a assembleia pode entoar ainda um salmo ou outro canto de louvor ou hino.

 

III. MINISTÉRIOS PARTICULARES

 

99. O leitor é instituído para proferir as leituras da sagrada Escritura, exceto o Evangelho. Pode igualmente propor as intenções para a oração universal, e faltando o salmista, proferir o salmo entre as leituras.

 

Na celebração eucarística, o leitor tem uma função própria (cf. n. 194-198), que ele mesmo deve exercer.

 

102. Compete ao salmista proclamar o salmo ou outro cântico bíblico colocado entre as leituras. Para bem exercer a sua função é necessário que o salmista saiba salmodiar e tenha boa pronúncia e dicção.

 

103. Entre os fiéis, exerce sua função litúrgica o grupo dos cantores ou coral. Cabe-lhe executar as partes que lhe são próprias, conforme os diversos gêneros de cantos, e promover a ativa participação dos fiéis no canto87. O que se diz do grupo de cantores vale também, com as devidas ressalvas, para os outros músicos, sobretudo para o organista.

 

104. Convém que haja um cantor ou regente de coro para dirigir e sustentar o canto do povo. Mesmo não havendo um grupo de cantores, compete ao cantor dirigir os diversos cantos, com a devida participação do povo (88).

 

CAPÍTULO VII – A ESCOLHA DA MISSA E DE SUAS PARTES

 

352. Por conseguinte, na organização da Missa, o sacerdote levará mais em conta o bem espiritual de toda a assembleia do que o seu próprio gosto. Lembre-se ainda de que a escolha das diversas partes deve ser feita em comum acordo com os que exercem alguma função especial na celebração, sem excluir absolutamente os fiéis naquilo que se refere a eles de modo mais direto.

 

Sendo muito grande a possibilidade de escolha para as diversas partes da Missa, é necessário que antes da celebração, o diácono, os leitores, o salmista, o cantor, o comentarista, o grupo dos cantores, saibam exatamente cada um quais os textos que lhes competem, para que nada se faça de improviso, pois a harmoniosa organização e execução dos ritos muito contribuem para dispor os fiéis à participação da Eucaristia.

 

Cantos

 

366. Não é lícito substituir os cantos colocados no Ordinário da Missa, por exemplo, o Cordeiro de Deus, por outros cantos.

 

CAPÍTULO IX – ADAPTAÇÕES QUE COMPETEM AOS BISPOS E ÀS SUAS CONFERÊNCIAS

 

386. A renovação do Missal Romano, realizada segundo as exigências do nosso tempo, de acordo com as normas do Concílio Vaticano II, teve o máximo cuidado para que todos os fiéis pudessem garantir, na celebração eucarística, aquela plena, consciente e ativa participação que a própria natureza da Liturgia exige e à qual os próprios fiéis, por força de sua condição, têm direito e obrigação147.

 

Para que a celebração corresponda mais plenamente às normas e ao espírito da sagrada Liturgia, propõem-se nesta Instrução e no Ordinário da Missa algumas adaptações, confiadas ao critério do Bispo diocesano ou às Conferências dos Bispos.

 

398. A norma estabelecida pelo Concílio Vaticano II, segundo a qual as inovações na reforma litúrgica não se façam a não ser que a verdadeira e certa utilidade da Igreja o exija e tomando a devida cautela de que as novas formas de um certo modo brotem como que organicamente daquelas que já existiam (161), também devem aplicar-se à inculturação do próprio Rito Romano (162). Além disso, a inculturação necessita de um tempo prolongado para que, na precipitação e imprudência, não se prejudique a autêntica tradição litúrgica.

 

Finalmente, a busca da inculturação não leva, de modo algum, à criação de novas famílias rituais, mas ao tentar dar resposta às necessidades de determinada cultura o faz de tal modo que as adaptações introduzidas no Missal ou nos outros livros litúrgicos não prejudiquem o caráter proporcionado, típico do Rito romano163.

 

399. Assim pois, o Missal Romano, ainda que na diversidade de línguas e em certa variedade de costumes164, para o futuro, deverá ser conservado como instrumento e sinal preclaro da integridade e unidade do Rito romano (165).

 

Fonte: Instrução Geral sobre o Missal Romano - 3ª Edição - Paulinas -  São Paulo – Comentários:  José Aldazábal Larrañaga.  Titulo original da Obra – Ordenación General del Misal Romano  - Centro de Pastoral Litúrgica – Barcelona - 2005

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